É com um nó na garganta e outro na gravata que tenho seguido a mais recente novela das escutas. Várias personalidades privadas me tem pedido o favor de uma opinião mas gentilmente tenho recusado invocando o segredo de justiça, de Fátima, profissional e também indisposição intestinal. Ontem tudo se alterou. Mandei um amigo dum vizinho meu, primo dum angolano que fez em tempos um biscates no Togo e por lá casou com uma moça filha dum motorista de pesados que fazia a rota Togo/Uganda, disponibilizar as escutas no youtube, ou TuCano segundo os locais.
Os inocentes escutados, digo isto sem me rebolar a rir (apenas umas gargalhadas), pessoas honradas que já fizeram tanto pelo país como por si próprios, ou talvez um pouco menos, ou bem vistas as coisas muito menos, já quase me tinham convencido de quão maquiavélicos eram os juízes, gente sem escrúpulos, que os escutavam na sua inocente prevaricação de amizades desinteressadas quando apenas e só cometiam uns crimezecos, coisa sem importância, que além de desvirtuar uns resultados desportivos reencaminhava também uns milhõezitos para lugares onde supostamente seriam mais acarinhados. As suas contas.
Essa gente a que justiça rotula de “ainda não” transitados em julgado, que a si próprios se auto intitulam de inocentes, e a que o povo na sua sábia sabedoria trata apenas por canalhas, decidiu apresentar queixa-crime contra quem divulgou publicamente os seu crimes, irritando assim gente como eu e como o Rui da Verdade Desportiva Santos.
Mais irritado fiquei, mesmo à beira do aborrecimento, quando uma figura verde com responsabilidade maior, e não estou a pensar num herói de BD suspenso, que usando óculos das promoções da Multiópticas diz que a lei foi violada. Violada? Mas esta gente anda a consumir do que trafica ou injecta-se com Aloé Vera? Só se estamos a falar do código da estrada. Então se a justiça é uma farsa, os criminosos incompetentes, as penas ou são leiloadas ou estão a saque e é o povo que viola a lei ao escutar a verdade?
Mandava já abrir um inquérito não fosse o caso do Procurador rápido como é se me antecipar. Desconfio mesmo que a procuradoria tem uma secção de inquéritos pré-congelados e prontos a ir ao forno. No entanto e para não privar a justiça da minha colaboração mandei já criar uma comissão para estudar o fenómeno dos inquéritos em geral e a vida dos criminoso em particular. Desde o seu nascimento, desenvolvimento à morte precoce. Preside à comissão o Sá Pinto e dois pitbulls.