Redige habitualmente em latim, língua que não domina nem tão pouco conhece, artigos científicos que as revistas da especialidade teimam em não publicar. Para a TV7 DIAS e MARIA escreve artigos económicos. No tempo que lhe sobra escreve aqui.
29
Dez 09

O afamado banqueiro João Rendeiro, em solidariedade com clientes do banco a que presidia, barricou-se na noite passada com a família numa mansão na Quinta Patino no Estoril propriedade do banco.

 

É uma vergonha a forma como o governo tem tratado os clientes do BPP terá dito Rendeiro ao CISQP TV (Canal Interno de Segurança da Quinta Patino). Numa entrevista ao Sr. Antunes da Securitas, Rendeiro afirmou também, enquanto preenchia uns papeis para o segurança rever o problema do algeroz lateral da mansão, que só não vai ao porto manifestar-se porque o banco não paga as despesas de representação.

 

Questionado pelo Sr. Antunes sobre a sua responsabilidade em todo o processo, Rendeiro foi categórico em atribuir a responsabilidade de tudo ao Governo. Se me tivessem disponibilizado uma linha de crédito ilimitada nada disto tinha acontecido, disse Rendeiro enquanto autografava mais um livro seu. João Rendeiro – Testemunho de um Banqueiro. A história de quem venceu nos mercados.

 

E planos para o futuro, perguntou o segurança Antunes enquanto palitava os dentes. Rendeiro ajeitou o pijama e tirou do saco do Lidl o seu novo livro. João Rendeiro – Testemunho de um ex-Banqueiro. A história de quem venceu nos tribunais. Segundo a contra-capa do livro, que vimos ao longe, Rendeiro vencerá todos os processos judiciais que lhe foram movidos e apenas será condenado a um ano de pena suspensa por uma multa de excesso de velocidade.


27
Dez 09
jls, às 01:06link do post | comentar

"I gotta feeling" foi a música escolhida por José Sócrates e adoptada por todos os ministros como banda sonora para os momentos que antecediam a entrada no parlamento para os debates decisivos.

 

Tal como Carloz Queiroz também José Sócrates quis agradecer aos Black Eyed Peas o alento que a musica deu para conseguirmos chegar ao natal sem estarmos falidos. Veremos se conseguimos chegar à Páscoa. 

 

 

 


26
Dez 09
jls, às 00:46link do post | comentar

(Epístola de S. João Rendeiro aos Coríntios, a Oliveira e Costa e a Armando Vara. Livro dos cheques sagrados 2:3-4.)

 
Vivem-se tempos difíceis disse o presidente enquanto degustava dois camarões tigres, despedia 12 colaboradores e dava uma vista de olhos no seu novo livro “Testemunho de um banqueiro à PJ”.
 
Os lucros baixaram e os accionistas pressionam-me. Roubar o dinheiro aos clientes não é suficiente, no último mês nenhum de vós me trouxe um esquema novo e estes camarões que me servem de lanche custam dinheiro. Estais despedidos. Agora ide e espalhai a minha palavra, que eu tenho de ir buscar o meu santo pai que com tanta dificuldade edificou este banco e o cruel governador Constâncio destruiu.
 
O pai do presidente era um velho como tantos outros, abandonado. Apesar de não ser infeliz no lar onde vivia, tinha saudades. Tinha saudades não sabia bem de que, pois a Alzheimer levara-lhe muitas memórias. Lembrava-se vagamente da moradia do Estoril, de alguns amigos, das festas e dos carros. Do banco restavam-lhe poucas memórias, assim como do hospital onde um dia entrou para dar sangue e de onde saiu com menos um rim.
 
As más-línguas, assim como a polícia, dizem que foi o seu filho após viciar a sua assinatura que lhe tirou tudo, inclusivamente o rim. O filho desmente, diz que o rim foi um presente de outro administrador do banco. O velho, apesar de tudo, perdoou-lhe como já lhe tinha perdoado aquele disparo acidental que por pouco não lhe ceifou a vida.
 
A sua pequena reforma de 35.000 euros para pouco dava. Para o lar, esses gatunos na opinião do filho, iam 350 euros e o restante guardava religiosamente o filho na sua conta para despesas logísticas e para um dia, dizia-lhe ele, alguma emergência. O lar até que nem era assim tão mau. É certo que a disciplina era rigorosa mas os maus-tratos nem sempre eram diários. Pior mesmo era a comida. Quente, só uma vez por semana.
 
Nesse ano, o seu bondoso filho disse-lhe:
 
O Pai este ano passa o Natal connosco. O Francisco, o seu neto, já tem 5 anos e é altura de o conhecer. Não só a noite da consoada, mas também a véspera. E só regressa ao lar no dia seguinte antes de almoço.
 
As mãos trémulas do velho procuraram as do filho mas não as encontraram pois a sua vista embaciada uma vez mais o traiu, abraçou o candeeiro por engano mas soube-lhe bem aquele calor. E foi com os passos vacilantes que deixou o lar. À saída tropeçou e caiu.
 
Quando chegaram ao condomínio privado onde viviam, Francisco que os esperava correu ladeira abaixo para abraçar o avô que só conhecia da televisão. Cumprimentou-o com um aceno e disse-lhe as cotações do PSI 20. O avô emocionado abraçou-o.
 
Nessa noite, véspera da consoada, a família jantava reunida à mesa. Mas as mãos trémulas e a falta de visão do avô atrapalhavam-no à mesa. As ervilhas caíam da sua colher e sujavam o tapete Armani que a família com tanta dificuldade e esforço havia comprado. Enquanto segurava o copo, o vinho salpicou a toalha Augustus. O filho e a nora irritaram-se com ele.
 
Precisamos tomar uma providência com respeito ao teu pai, disse Soraia Vanessa do Rego Soares. É verdade, respondeu o coiso. É inadmissível tanto vinho derramado na nossa toalha Augustus o barulho que faz a comer com a boca aberta e as nódoas no tapete que tanto nos custou a comprar.
 
Decidiram então colocar uma pequena mesa no canto da varanda, lá fora. Ali o velho comia sozinho, enquanto a família fazia a refeição à mesa, com satisfação. A harmonia e a paz tinham regressado aos corações daquela feliz família.
 
Após ter partido dois pratos Geneviev Lettieu o velho passou a comer as refeições em pratos de madeira.
 
Quando a família olhava para o velho ali sentado, ao frio, notavam-se as lágrimas nos seu olhos, mesmo assim as únicas palavras que lhe dirigiam eram chamadas de atenção ásperas, sempre que deixava cair ao chão um talher ou um pouco de comida.
 
O menino de 5 anos de idade assistia a tudo em silencio…
 
No dia seguinte o pai percebeu que o filho pequeno estava no chão, manuseando pequenos pedaços de madeira.
 
Perguntou-lhe delicadamente: O que faz, Francisco?
 
O menino respondeu docemente: Estou a fazer uma tigela para o pai e para a mãe comerem, quando tiverem a idade do avô.
 
O garoto sorriu e voltou ao trabalho.
 
Aquelas palavras tiveram um impacto tão grande nos pais que acabaram por ficar absolutamente mudos por instantes. Lágrimas começaram a escorrer dos seus olhos comovidos.
 
Embora ninguém tivesse dito nada todos perceberam o que tinha de ser feito. Naquela noite, a da consoada, o pai agarrou no avô pelas mãos e gentilmente o conduziu à mesa da cozinha. Ia jantar só, mas não seria na varanda ao frio. A cozinha sempre era um pouco mais acolhedora para comer a sopa de bacalhau que com tanto carinho lhe haviam feito dos restos. Também os talheres e pratos não foram os de madeira mas uns de plástico, comprados numa promoção do IKEA.
 
O velho, feliz, pediu ainda mais uma coisa ao seu bondoso filho. Se no dia seguinte podia regressar ao lar só depois de almoço.
 
Que chatice, respondeu o filho. Temos de ir a casa dos Saraiva Jardim por volta das 19H e fica um pouco apertado. Mas no próximo Natal já está assente, almoça connosco dia 25.

22
Dez 09
jls, às 13:05link do post | comentar

Numa altura em que o bacalhau é rei, nada como ver como reagem os “reis” à nova maneira de o servir. Não é demolhado, nem congelado nem desfiado. É falhado. Mas é bom na mesma.

 

 


15
Dez 09

A Comissão de trabalhadores do Pingo Doce chegou hoje a acordo com a administração da empresa relativamente à polémica questão do anúncio. A Administração, após longas negociações, aceitou reduzir para 580 vezes/dia o número de vezes que a musica passará nas lojas.
 
Após uma semana inteira a passar das 8 H às 22 H, e depois da denúncia que havia lojas que já só eram frequentadas por surdos e pessoas idosas com problemas auditivos a Administração recuou nas suas intenções de passar a musica 24 horas por dia mas não na intenção de oferecer um CD, um DVD e uma K7 a cada um dos funcionários com a referida musica.
 
A lembrar o caso da France Telecom onde uma reestruturação da empresa levou a que inúmeros trabalhadores se suicidassem no Pingo Doce também já houve inúmeros incidentes, felizmente nenhum com consequências de maior.
 
Há no entanto vários relatos que preocupam o sindicato. No Pingo Doce de Ranholas um caixa com 20 anos de casa tentou saltar de cima de uma bancada com mais de 35 cms para o corredor e não fosse a pronta intervenção da Simara, que ali dava um concerto, tinha levado a sua avante. Em Linhares da Baixa, numa situação mais grave, um repositor refugiou-se dentro de um linear de frio e não fosse a intervenção de 2 camarões tigres teria sido vendido congelado a 3,90 €/Kg.
 
Também em Massamá, no talho, houve um grave incidente. Consta que dois frangos do campo no expositor faziam coro com a propaganda que passava nos altifalantes da loja, e o empregado em desesperado de causa e após os ter mandado calar várias vezes sem sucesso terá baixado o preço em 5 cêntimos o Kg.
 
O departamento de parapsicologia da empresa segue com atenção estes casos e promete uma tomada de posição quando Júpiter estiver na casa de Saturno ou a Maya na casa da Dona Joana.
 
Tentamos saber a opinião da Administração e apenas nos foi comunicado que também aí a estratégia do anúncio não recolhe a unanimidade. Há inclusivamente boatos, alguns dos quais estão a ser trabalhados pela LPM para se tornarem verdadeiros, que estará iminente a separação entre Jerónimo e Martins.
 
Nas outras grandes superfícies e também na mercearia do Sr. Silva em Alcabideche há uma onda de solidariedade para com os trabalhadores do Pingo Doce e foi já decidida uma greve nacional para a véspera de natal e para aborrecer os clientes os trabalhadores prometem trabalhar no dia de Natal.

mais sobre mim
Dezembro 2009
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4
5

6
7
8
9
11
12

13
14
16
17
18
19

20
21
23
24
25

28
30
31


pesquisar neste blog
 
subscrever feeds
blogs SAPO