Só tenho coisas que me ralem. A lombalgia de que padeço agravou-se nas últimas horas ao saber da intenção de João Rendeiro, a maior promessa bancária nacional logo a seguir às obrigações caixa 24, em ajudar os clientes de retorno absoluto do BPP a processarem o Estado e outras entidades, incluindo o Banco de Portugal. Asseguro-vos que me esbofeteie e pedi um copo de água quente para acompanhar a bica só para ter a certeza que não sonhava e que o que lia no Expresso era real.
O mesmo João Rendeiro que num artigo publicado no Expresso Economia de 10 de Janeiro de 2009 escrevia pelo seu punho que: “Em todo este processo lamento no entanto acima de tudo uma coisa: que muitos clientes do BPP tenham julgado que as aplicações de “retorno absoluto” não tinham riscos.”, quer agora, passado um ano, colocar-se ao lado da posição dos clientes que alegremente levou à falência e há provável falta de oportunidade de se processar a si próprio, essa figura segundo a ultima edição do código penal e de acordo com a nova revisão do catálogo IKEA ainda não é permitida a não ser que pague o transporte, vem aborrecer os juízes para que entre a análise de duas escutas ao Primeiro-Ministro ou no intervalo dum jogo de futebol se debrucem sobre a sua postura calimeriana ou ao invés decidam já colocar uma pulseira electrónica no seu pensamento liberal.
Thomas Sutherland, criador do maior banco do mundo, na expectativa dum elucidamento meramente técnico sobre o tipo de psicotrópicos que aquela alminha poderá andar a tomar para lhe provocar um tão grande enviesamento na sua realidade económica. Como a minha conselheira para assuntos económicos, a Alexandra Solnado, está em digressão num planeta distante tive de recorrer aos serviços da Simara para que com as suas cartas amestradas e os seus poderes milenares me contactasse o espírito de
Aos que apenas seguem os Ídolos e as goleadas do Benfica esclareço aqui que a figura em causa, candidato ao Nobel da Ironia, no dia que o banco que administrava faliu publicou um pomposo livro, constituído por capa contra-capa e com páginas cheias de letras entre as ambas, a que chamou: “João Rendeiro – Testemunho de um banqueiro” A história de quem venceu nos mercados. Os magistrados do Ministério Publico, segundo uma fonte anónima da Bulhosa Livreiros com que já fui duas vezes ao cinema, uma das quais ver um filme, foram os únicos até agora a comprar o livro, e para colorir a história decidiram constitui-lo arguido por suspeitas de eventuais ilícitos criminais, fraude fiscal, falsificação de contabilidade e branqueamento de capitais. E assim vai a nossa pujante economia e nobre justiça.