Das três partes da Divina Comédia de Dante; Inferno, Purgatório e Paraíso, há uma que se equipara à realidade em que vivemos. O Inferno, até porque a existência das outras duas ainda está por provar. Aí, no Vale dos Ventos, há um juiz que ouve as confissões dos mortos, os únicos que dizem sempre a verdade pois já não têm o dom da inteligência, e os condena.
Ao declarar a inconstitucionalidade do corte dos subsídios de férias e de Natal da Função Pública o Tribunal Constitucional (TC), ouvindo os supostos justos que consideram que não é por viver em austeridade que a Constituição amolece, não só condenou os que já estavam condenados como todos os outros que ainda tentavam a absolvição.
Custa perceber a alegria com que a notícia foi recebida à Esquerda do bom senso, até porque a noticia não é tão boa como aparenta pois não cria em si nenhuma solução mas apenas mais um problema. Que lógica tem que ao abrigo da Constituição se enfraqueça e condene à falência o Estado que a defende. É pena que as portas que esta gente tenta abrir nunca criam recursos para o Estado ser mais livre, antes pelo contrário só nos indicam o caminho mais rápido para o Inferno.