Infelizmente já começam a faltar as pedras, dizia Abel Dias à Lusa esta manhã enquanto apedrejava mais uma família que seguia num carro ligeiro. Questionado sobre a violência dos seus actos justificou-se com a certeza que o ligeiro transportava na mala 3 paletes com mercadorias e que o miúdo que seguia no banco traseiro podia muito bem levar uma cisterna disfarçada nas calças para abastecer um posto de combustível.
É uma vergonha este país, pá! Gritava e esbracejava Abel para as câmaras de televisão, enquanto no meio da estrada derrubava mais um motociclista. A GNR em vez de fazer colunas de protecção aos nossos camiões, que levam os calhaus aos nossos camaradas grevistas que lutam por um país melhor nos viadutos das auto-estradas e nas rotundas, protege os camiões que ao serviço do grande capital abastecem as grandes superfícies na metrópole.
É uma injustiça para nós, continuava a gritar Abel Dias agora na posição sócio da Carglass de Guardeiras, que lutamos na rua por um combustível mais barato e pelo direito a esmifrar um pouco mais os nossos clientes e assim duplicar as nossas margens. Somos nós que levamos este país às costas... Veja o caso dos postos de trabalho que estamos a criar por estes dias para os técnicos de apedrejamento Palestinianos. Dessas virtudes ninguém fala.